Reformas neoliberais afundam economia e precarizam geração de empregos
A economia brasileira segue andando de lado, registrando crescimento de apenas 1,1% no ano passado, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com esse crescimento pífio, o país ficou na lanterna de um ranking que mostra a evolução do Produto Interno Bruto (PIB) de 42 nações no ano passado.
Como resultado da política neoliberal de Temer, que deve ser agravada pelo atual ministro da Economia, Paulo Guedes, o Brasil ficou na 40ª posição em levantamento foi feito pela agência de classificação de risco Austin Rating.
A terceirização da mão de obra e a aprovação da reforma trabalhista precarizaram a geração de empregos. A reforma da Previdência, caso aprovada, promete também agravar a insegurança do trabalhador.
A Agência Sindical conversou com especialistas, que explicam como a política econômica neoliberal impede o crescimento da economia nacional, além de piorar a qualidade de vida dos mais pobres.
Social – O diretor da Faculdade de Economia, Administração, Contábeis e Atuariais da Pontifícia Universidade Católica (PUC), Antônio Corrêa de Lacerda, explica que a atual política econômica ancorada na privatização deixa de lado questões sociais.
Ele argumenta: “O corte de gastos sociais dá um efeito contrário ao desejado. Temos um quadro em que o crescimento fica prejudicado”.
Solução – O professor Lacerda, que também é ex-presidente e conselheiro do Conselho Federal de Economia (Cofecon), acrescenta que a política econômica mantida por Bolsonaro é conduzida pelos interesses dos bancos e do mercado. “Isso atrofia o crescimento econômico, agravando o quadro de empregos e renda”, exemplifica.
Reformas – Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), diz que, quando se faz uma reforma trabalhista que precariza o emprego e arrocha salários, tem-se uma brutal diminuição do poder de compra.
“Essas reformas vão, portanto, na contramão de uma organização econômica capaz de sustentar o desenvolvimento econômico e de promover o desenvolvimento social. Essa dinâmica não dá capacidade pra economia, não permite um crescimento no médio e no longo prazo”, avalia.
Consumo – O presidente do Sindicato dos Economistas no Estado de São Paulo (Sindecon), Pedro Afonso Gomes, reforça tais argumentos. Segundo ele, para que o PIB volte a crescer é necessário aumentar o consumo. “Para isso, é imprescindível estabilidade econômica, proporcionada pela geração de emprego e aumento de produção”.
Mercado – Gomes critica a terceirização, que deixa o empregador livre para pagar menos. “O empresário pode gerenciar a empresa ao mesmo tempo em que desorganiza a vida de todos. Isso não traz mais emprego, ajuda somente ao empregador, que gasta menos com salários”, diz.
Futuro – O economista acrescenta que o neoliberalismo não deu certo em nenhum lugar. Ele argumenta: “A sociedade já percebeu que o modelo neoliberal não vai conduzir o Brasil àquilo que precisa socialmente. Penso que nesse sistema que estão propondo não tem vida longa”.
Fonte: http://www.agenciasindical.com.br/lermais_materias.php?cd_materias=10089